Gosto muito das análises que o filósofo Luiz Felipe Pondé faz e estou inscrito em seu canal no Youtube, o Democracia na Teia.
No seu último vídeo, publicado no dia 05 de janeiro, ele entrevista o advogado Tiago Pavinatto, que é um dos membros que atuam com bastante força dentro do MBL e durante suas falas ele salienta os motivos pelos quais sempre foi mune às tentações da ideologia da esquerda quando mais jovem, sendo que ressaltou o livro “A Revolta de Atlas” (Atlas Shrugged no original, em inglês) como tendo-lhe influenciado pesadamente nesse ponto.
Essa literatura despertou meu interesse e em seguida fui pesquisar sobre ela. Descobri que a autoria dessa obra é da filósofa russa “Ayn Rand” (1905 – 1985), que posteriormente adotou os USA como seu lar e morada definitiva e, cujo livro é tido por muitos americanos como o segundo de maior influência sobre a população daquela nação, ficando apenas atrás da bíblia.
Mas o ponto que despertou meu profundo interesse é o exercício simples e óbvio (depois que nós é contato o segredo! rs…) do exercício de dialética aplicado no texto!
Mas Nando, o que você quer dizer com isso!?
A dialética é o método que o divisor de águas da filosofia mundial aplicava ao analisar suas questões. Refiro-me ao grego, Sócrates (399 a.C.)! E tal metodologia consiste “basicamente” no questionamento de ideias através do conflito pela contradição.
Voltemos ao livro!
Na Revolta de Atlas, a escritora propõe a seguinte análise: E se ao invés dos proletários fazerem a tão famosa revolução marxista, fossem os gênios (vivos) da humanidade que se rebelassem contra certas injustiças?!
Aí está a dialética! Ela verificou que a classe dos gênios, dita oposta ao proletariado, também poderia se rebelar e escreveu 1.168 páginas (distribuídas em 3 volumes) colocando esse tema dentro de uma perspectiva bastante contemporânea e atual. Seu livro foi publicado em 1.957.
Confesso que não tive como ler tudo, porque ele nem chegou ainda! rs… Mas me adiantei aos Correios e indo rumo à essa obra descobri que existem 3 filmes em longa metragem, lançados recentemente; a primeira parte em 2011, a segunda em 2012 e a terceira em 2014, todas disponíveis gratuitamente no Youtube para serem assistidas.
Como o assunto é longo e o artigo é curto, quero convidá-los para assistir a esses filmes e caso se interessem para adentrar com maior profundidade aos argumentos de “Ayn Rand”, sugiro a compra dos livros.
Ocorre que ela analisa com muito propriedade as relações entre a população, os trabalhadores, os sindicatos, a classe política, a legislação, judiciário, governo e o empresariado. O livro mostra como impostos, taxas, regulamentações e fiscalizações vão sendo implantadas paulatinamente em prol do bondoso argumento, “para o bem geral”, mas ao invés de surtir o efeito benigno da frase, acaba culminando no colapso da cadeia produtiva e praticamente na destruição da nação americana, país que é o cenário dessa ficção filosófica.
Na verdade o texto está mais para uma espécie de “profecia” na qual vamos vendo muitas semelhanças com os fatos que estão ocorrendo no Brasil e no mundo atuais, 63 anos depois da publicação!
Como se diz: Dêem um Google e assistam esses filmes, porque realmente nos dão informações e argumentos muito interessantes!
Quero salientar para quem já conhece a obra, que tenho algumas divergências com certos apontamentos da autora, sobretudo quanto à visão romântica de como seria a “independente sociedade dos sábios”, mas mesmo assim considero o contato com essa obra muito interessante e potencialmente bastante revelador!
Findo desejando a todos um ótimo, divertido e revigorante final de semana!