Não são as leis que não funcionam no Brasil. Aqui o que não funciona são os homens!
Principalmente àqueles que detêm o poder político e os detentores das grandes fortunas que se associaram ao clero institucional.
São tantas leis que desconfio que ninguém conheça todas as que estão em vigor a cada momento. Nossa constituição é uma colcha de retalhos que não combinam entre si e que foram mal costurados.
Vemos contradições terríveis Como rigorosas garantias à vida que só existem no papel, ao mesmo tempo que tem flexibilizações imensas para criminosos homicidas, que tiram as vidas das pessoas de forma recorrente.
Aqui no Brasil os políticos escrevem e aprovam leis cada vez piores e as pessoas só cumprem as ruins!
Em desastres como o de Mariana e de Brumadinho as pessoas responsáveis pelas barragens não são os principais punidos. É a empresa que é acionada judicialmente e sofre perdas financeiras. Troca-se punições pessoais por dinheiro. Ao meu ver, vidas não têm a possibilidade de ser medidas na forma de quantias monetárias.
Após protestos e passeatas com diversas idas e voltas às ruas, por centenas de milhares de pessoas. Depois da grande renovação das câmaras estaduais e federal, além da troca do comando de inúmeros governos de estado e da presidência da república, o velho e viciado balcão de negócios do Congresso Nacional parece não ter se atualizado de que o povo brasileiro quer que se inaugurem outros tempos e com novos ares.
Fora de todo o contexto histórico e social expressado nas urnas, nas eleições passadas, o deputado Rodrigo Maia (atual presidente da Câmara Federal), se opôs às tão esperadas reformas da previdência e das medidas anticorrupção que auxiliariam o Brasil a se livrar dos grilhões de um passado distante, mas que nos prende até hoje.
A queda de braço entre Maia e Bolsonaro se realiza sobre uma mesa chamada população.
Quando um país de 200 milhões de habitantes se submete à vaidade e vontade de apenas um único homem, torna-se claro que o preceito básico de qualquer democracia – “O poder emana do povo.” – não apenas deixou de valer, como está completamente invertido.
Ao eleger qualquer pessoa no Brasil, nossa legislação praticamente dá salvo conduto a esses eleitos para que façam o que quiserem e da forma como melhor lhes convier, usando e abusando de suas imunidades especiais e do foro privilegiado.
Elegemos senhores de feudos e lhes damos chicotes novos em folha para que batam cada vez mais rápido e forte em nossos lombos!
Engordamos as contas bancárias de nossos algozes e lhes conferimos vidas luxuosas, nas quais gozam de posições de destaque e onde podem gozar bastante das nossas caras.
De longe assistimos ao desfile de moda, o deleite com o luxo, o desembaraço com a ostentação, o desfrute das mordomias e nada podemos fazer para que esse disparate social sesse. Ingenuamente esperamos que eles mesmos votem e aprovem novas leis e reformas para cortar muitos de seus próprios privilégios.
Mas não… Esses merovíngios não estão dispostos a acreditar que eles possam pagar pelos seus taxis, passagens aéreas, aluguéis, ternos e tailleurs, comida, convênios médico e odontológico, seguranças, veículos oficiais e cartões de crédito, etc. Afinal, eles ganham apenas cerca de 30 mil reais por mês.
Mas esses mesmos senhores e senhoras da corte política brasileira têm plena convicção de que os cidadãos comuns (trabalhadores) podem viver com um ou dois salários mínimos. Os políticos demonstram ter a inabalável crença de que os desempregados se quer precisam de ganhos para custear suas vidas.
A parasitolândia instalada no Brasil lembra muito a corte francesa do rei Luís XVI e sua famosa esposa, Maria Antonieta. Já nos mandaram relaxar e gozar, só falta nos mandar dar os brioches.
Realmente Lulu Santos tem razão: “Assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade.”
Que 2019 consiga trazer algumas coisas boas!
Desejo a todos um ótimo final de semana, divertido e principalmente revigorante.