ProvocaSamba!

Antes de adentrar ao texto, friso que toda a história da fusão multirracial, social e cultural que resultaram na formação do samba (como estilo musical) é notadamente honrosa, friso que há belíssimas canções nesse gênero, onde se encontram poesias, melodias e harmonias fantásticas além do já reconhecido e mundialmente adorado ritmo marcante. Ainda para que não haja dúvida, saliento que o título desse artigo faz menção à forma como o samba foi usado no carnaval de 2019 e não a tudo o que esse segmento musical representa. Não preciso desenhar, né?!

O fato é que muitas escolas de samba cariocas não fizeram apenas sátiras ou críticas, o que sempre houve nos carnavais e que quando realizadas de forma inteligente e com propriedade simplesmente é maravilhoso de assistir!

No entanto, algumas dessas agremiações carnavalescas foram muito além e abordaram seus temas como verdadeiras provocações, o que não é de bom gosto e nem de bom agouro, dado às exaltações políticas e sociais que vivemos.

Nos desfiles das escolas de samba de São Paulo os temas foram mais amenos, diversificados e as abordagens também seguiram uma linha mais artística e menos politizada, mas a Gaviões da Fiel rompeu com essa tranquilidade quando colocou um personagem simbolizando o diabo, matando outro personagem fantasiado de Jesus Cristo.

Criticar as igrejas é uma coisa, mas ultrajar frontalmente o Deus de todas as matizes religiosas Cristãs é bem diferente! Algo parecido ocorreu sucessivamente na França até que culminou no massacre de grande parte dos colaboradores do jornal Charlie Hebdo. O motivo foi justamente afrontar de forma pejorativa o principal profeta adorado no Islã, Mohamed (Maomé). Sim, o Brasil é um país pacífico… Opah!!! Mas não é aqui que 62 mil pessoas são assassinadas por ano?! Pacífico uma ova, não é mesmo?! Então, acho que dimensionar bem essas manifestações “artísticas” é muito importante, porque não queremos (de jeito nenhum) fomentar mais violência e, a história mostra que episódios assim acontecem!

No Rio de Janeiro a tom político teve muito mais destaque e prevaleceu nos desfiles do carnaval desse ano. A escola Paraíso do Tuiuti fez uma ala com pessoas fantasiadas de coxinha que empunhavam revólveres e ao lado desses foliões estavam outras participantes fantasiados com estrelas vermelhas e com grandes luvas de punhos cerrados, simbolizando a resistência ao presidente eleito. Penso que se fosse um crítica legítima, essas fantasias de estrelas deveriam ser trocadas por sanduíches de mortadela e ao invés dos punhos cerrados, deveriam haver facas para simbolizar o atentado que Bolsonaro sofreu durante a campanha. Uma curiosidade sobre esse desfile é que ele está amplamente noticiado e divulgado no site oficial do PT, o que denota o uso político do desfile.

Não vou me estender para além desses dois casos, porque são inúmeros; mas ainda tratando dos desfiles das escolas de samba, creio que as avenidas não sejam palanques e que os showmícios foram proibidos há muito tempo para que não houvesse abuso do poder econômico nas campanhas eleitorais, de forma que não vejo com bons olhos o uso de forma partidária de uma festa popular que pertence a 200 milhões de brasileiros e que projeta a imagem do Brasil para todos os cantos do mundo por ser amplamente coberta pela imprensa e transmitida ao vivo por quase todos os veículos de comunicação.

Ainda sobre esse carnaval, o presidente da república deu palanque nacional e internacional para duas pessoas que praticavam obscenidades em cima da marquise de um prédio. Acho que esse tipo de atitude não cabe à presidência da república e penso que ações oficiais, através de atitudes cabíveis junto aos órgãos competentes para cada caso seriam abordagens melhores do que fazer um simples post no Twitter e gerar tamanha polêmica. Contudo, ele acabou por provocar uma contradição enorme dentro da própria esquerda, visto que ela repudiou profundamente a exposição da pornografia ao passo que ela mesma sempre apregoou o direito desse tipo de prática. Vai entender…

Vê-se nitidamente que a maior parte da classe artística tem um DNA esquerdista e não está sintonizada com a maior parte da população do país, que votou para destituir o império vermelho que se instalou no Brasil e sinto que o oportunismo que transforma qualquer palco e espaço em palanques não seja saudável para que tempos de paz e prosperidade venham a impulsionar do Brasil. Uma pena…

E como terminou o carnaval: “FELIZ ANO NOVO”!!! ;D

Link permanente para este artigo: http://www.nandopires.com.br/blog/?p=4883

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.