Como algumas pessoas sabem, sou músico e produtor cultural (sobretudo musical e de eventos) além de escrever semanalmente aqui no “Opinião Jornal” e de participar do Programa Debate na “Rádio Clube”, às segundas-feiras ao meio dia.
Venho manifestando publicamente diversas opiniões sobre inúmeros fatos, cerca de 13 anos aqui no jornal e aproximadamente 10 anos pela rádio e, durante todo esse tempo não havia feito um apanhado geral da seguinte forma: Pegar todos os textos que escrevi sobre os mais diversos assuntos e observar qual seria o fio da meada, seja das minhas próprias impressões ou dos assuntos abordados.
Recentemente descobri no extenso material do professor Olavo de Carvalho, uma série de argumentos que me puseram a pensar com maior profundidade sobre a forma e o conteúdo do que venho escrevendo e falando.
Em parte acho que isso advenha da crise dos 40 anos (que não sei se existe), mas se existir me pegou tardiamente porque logo vou completar meu quadragésimo segundo aniversário e, por outro lado acho que as transformações que vimos acontecer desde 2013 e que culminaram na eleição do primeiro presidente de direita eleito democraticamente no Brasil podem ter mudado o panorama geral do país, além de incluir inúmeros outros pontos novos no universo a ser ponderado para que se escreva algo de qualidade.
Nesse sentido reitero que me preocupo muito em “não falar besteira” (ou pelo menos procurar não fazer isso! risos…). O que dá um trabalho considerável, porque adquirir propriedade e profundidade sobre assuntos, bem como desenvolver um olhar claro sobre fatos e deles perceber o desenrolar das coisas são exercícios grandes e desafiadores, sobretudo quando por todo lado nos são dadas opiniões muitas vezes viciadas e tendenciosas. Como não estar sujeito a todas as artimanhas dos grandes veículos de comunicação?!
E o que vi é que o “homem do campo” parece ter maior capacidade de perceber o mundo e o funcionamento das diversas coisas de uma maneira mais objetiva.
Talvez isso aconteça porque ele não viva nas megalópoles e tenha seus afazeres profundamente interferidos pela natureza: como a falta ou o excesso de chuva que pode melhorar ou arruinar uma plantação, ou o excesso de frio ou de calor que pode matar seus animais e também de outra série de fatores diversos: climáticos, animais e vegetais…
Acredito que isso o coloque em contato com coisas maiores do que si mesmo e que ele não controla, então mesmo que venha algum veículo de comunicação dizendo que “focinho de porco É tomada“, ele é capaz de ver nitidamente essa inverdade.
Lembro-me como se fosse hoje da conversa que tive com meu primo Marcelo, quando tínhamos por volta dos 12 anos de idade. Ele também é natural de São Paulo e sempre morou lá, enquanto eu acompanhei meu pai nas mudanças pelas cidades que tinham fábricas da Nestlé (Ituiutaba, Porto Ferreira, Itabuna e Araras). Naquela conversa ele me disse que tinha o sonho de ir pescar, que nunca tinha visto uma vaca e que achava que o leite vinha do supermercado. Acho que ele não vai gostar dessa citação! (risos) Mas primos são primos e depois a gente se acerta! (risos)
Acredito que na época ele devia ter uma cultura teórica maior do que a minha, mas não tinha a vivência que tive e isso o impedia de ver as coisas como elas eram. Da mesma forma, acho que existe uma quantidade imensa de alunos de diversas escolas e faculdades que leem muito, têm uma cultura literária e técnica, mas nunca puseram a mão na massa! E aqui sou obrigado a deixar uma pergunta capciosa: Na prática, a teoria é outra?! (risos)
Talvez por isso de estarmos observando tantas teorias políticas, sociais, econômicas, jurídicas… totalmente fadadas a darem errado! Vejo isso, sobretudo no que tange aos assuntos das ciências humanas, porque como diz o filósofo Luiz Felipe Pondé: “As pessoas de humanas não vão pegar um avião e voar por aí, então o discurso não tem compromisso com a prática.”
Dessa forma, estou eu (uma pessoa das humanas) a repensar, pensar e por ventura reconsiderar algumas teorias para escrever um pouco melhor essas mal traçadas linhas!
Que todos tenhamos um ótimo, divertido e revigorante final de semana e que os novos horizontes nos tragam coisas muito boas!