Ao passear pela exposição de David Bowie (realizada no MIS em 2014), Giuliano Mandredini (filho de Renato Russo) se encantou ao ver o carinho e o cuidado que um dos ídolos de seu pai havia recebido do museu e marcou uma reunião com o presidente da instituição naquela oportunidade, Adnré Sturn.
À partir daí se seguiram diversas visitas ao apartamento onde Renato Russo vivia no Rio de Janeiro. Local que permanecia fechado desde o falecimento do ídolo e preservava milhares de relíquias de forma intacta pelos 20 anos que haviam se passado!
A primeira seleção do acervo resultou na seleção de 3 mil objetos pelo CEMIS – Centro de Memória e Informação do MIS e após estudos aprofundados, mil deles foram escolhidos e encontram-se expostos no museu. Lá estão itens pessoais, como diversos livros, discos, revistas, filmes, roupas, anotações, fotos de família, móveis e também muitas peças famosas como os figurinos e instrumentos musicais do artista.
Visitei a exposição e realmente é possível adentrar no universo íntimo de Renato Manfredini Júnior, o jovem que saiu da cena punk brasiliense que ocorrida no finalzinho da década de 1970 (meados de 1978) e que virarou um dos maiores ídolos populares do país e sem dúvida, um grande ícone da cultura moderna brasileira, conhecido por todos como Renato Russo!
No salão circular do MIS (um dos recintos nobres do museu), foram colocados véus compridos que descem do alto pé direito, onde é exibida uma grande projeção com trechos de shows. Os véus dão um aspecto celestial, meio esfumaçado às imagens e, o áudio é cristalino devido à ótima qualidade dos equipamentos de sonorização. Nesse ambiente eu perdi a noção do tempo e pude ouvir em alto e bom som a célebre e linda voz de Renato Russo! Vale a experiência!
Uma das áreas da exposição que também chama a atenção é onde ficam os diversos discos de ouro que ele ganhou (com a banda e em carreira solo) e outras condecorações pela sua obra literária (as letras que escrevia), devido à importância da poesia que elas contém.
Outro local que nos maravilha é a escadaria que leva do segundo andar para o terceiro. Ela é grande, alta e foi toda forrada (teto, paredes e chão) por milhares de cartaz que os fãs lhe enviaram. Nesse momento percebemos a nítida diferença da atualidade com a época em que Renato ainda estava vivo! Porque lá estão todos aqueles manuscritos, que chegavam até ele pelo Correio (serviço pago) e vemos quanto carinho o público tinha com ele! É impressionante!
Ao final da exposição (após lembranças e mais lembranças que se têm ao visitá-la) ainda há outra imensa manifestação de carinho dos fãs da Legião Urbana e de Renato. Mas desta vez é a modernidade que chama a atenção, por conta do vídeo 3D que foi produzindo com a música Tempo Perdido (um dos diversos hinos que ele compôs), que foi regravada com nova roupagem (instrumentação e vozes), por diversos músicos que amam a obra de Renato.
Nesse vídeo, os visitantes recebem óculos 3D, fones de ouvido e se sentam em cadeiras giratórias (que permitem olhar em todas as direções). Para todos lados, incluindo para cima e para baixo, e a todo momento entram imagens nas mais variadas direções com as pessoas tocando, cantando e dançando. A sonoridade dessa versão de Tempo Perdido é mais lenta, densa e tem instrumentos diferentes da original, como flauta, vozes masculinas e femininas, violino, contrabaixo de orquestra e outros mais. Ficou realmente emocionante!
Vale salientar que a exposição conta com o apoio do Ministério da Cultura (através da Lei Rouanet) e da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo (através do ProAc) e é patrocinado pela Samsung.
Interessou?! Então segue o site oficial do MIS (mis-sp.org.br) e o link do vídeo onde a equipe do museu conta como foram os trabalhos para montagem da exposição (youtube.com/watch?v=wUaT2-9SgWc).
Novamente findo com a alegria de pautar outra importante iniciativa cultural e me despeço desejando a todos um ótimo, divertido, revigorante e muito musical final de semana!
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