A edição deste ano da Expomusic me promoveu grandes oportunidades e uma “grata surpresa”!
Se tudo não tivesse atrasado, eu provavelmente teria chagado na feira bem antes do show que Lara Aufranc e sua banda haviam acabado de começar a fazer no primeiro stand do evento, o da Shure (fabricante de microfones).
Mas, o erro se fez certo quando ouvi a voz forte que entrava na sala de imprensa do evento. Ela vinha com uma letra em francês sob um arranjo e um ritmo que acolhiam influências diversas com muita elegância, tal qual a cantora que interpretava dançando num estilo meio retrô, dos anos 60 com certo ar de pin-up.
Eis o primeiro contato com “Lara e os Ultraleves”, grupo que se inscreveu num concurso de internet para tocar na Expomusic e que foi selecionado pelo júri técnico da Shure, uma das maiores marcas mundiais de microfones, o qual parabenizo pelo acerto “na mosca” dessa seleção!
O disco de Lara se chama “Em boa Hora”, nome dado pelo fato de coroar uma carreira que estava em andamento há certo tempo, mas ainda sem um registro fonográfico mais completo.
Em entrevista, ela contou da alegria de ter participado da feira e mencionou algumas de suas influências, são elas: Nina Simone, Lou Reed, Tropicália, Tom Zé, Tom Waits, Etta James e The Kinks. A guria sabe escolher, não é?!
Lara acredita que ninguém gosta de uma coisa só e que as pessoas têm múltiplas referências e apesar dela mesma ter crescido num ambiente musical de rock, sua curiosidade a levou a pesquisar os estilos que o antecediam, o que a levou a mergulhar no blues, soul e no jazz.
Todos esses gêneros e nomes, por sua vez receberam as fusões do arcabouço musical nacional, visto se tratar de uma artista paulistana (portanto brasileira); como por exemplo da tropicália, do samba e de Itamar Assumpção.
Desta forma, as 12 músicas de “Em Boa Hora” foram criadas e reúnem uma diversidade de elementos que, para mim; são unidos pelo swing brasileiro, certamente uma das poucas vertentes culturais capazes de “rebolar” por influências tão distantes e marcantes.
De todas as músicas, a única letra que não é de autoria de Lara é a da décima faixa (Mon Mec Et Moi), que é cantada em francês e foi composta por um amigo, visto que ela não fala francês com fluência.
Os arranjos são da banda e o tecladista Kim Jinkings, que acompanha a cantora, e assina a coautoria das composições, dado a importância de sua participação. Também durante entrevista, comentei ter percebido uma pegada à lá The Animals nos teclados, o que Lara confirmou!
O disco foi todo gravado no estúdio 12 Dólares, do produtor musical Fabio Pinczowski, que também trabalhou no álbum, que por sua vez é distribuído pela Tratore e está disponível em todas as plataformas digitais (Spotfy, Deezer e SoundCloud).
Outro destaque desde CD, é que ele foi selecionado pelo site Embrulhador como uma das melhores 100 produções fonográficas de 2015, sendo colocado ao lado de grandes nomes como Maria Bethânia e Elza Soares!
Para mim, é um disco tão pitoresco quanto a personalidade da artista, que apresenta uma musicalidade ao mesmo tempo fácil de degustar (se apenas ouvido), mas com elementos de muita elegância (quando analisado). Tudo misturado de uma forma fluida e sutil, sem nenhuma saliência ou descuido! Yeah!
O próximo disco de Lara deve sair no primeiro semestre de 2017 e ainda não tem seu repertório definido, o qual deverá ser pinçado dentre as novas 30 composições de Lara Aufranc!
Não é que foi “em boa hora” que meu atraso aconteceu e se transformou nessa, e em futuras pautas?! (risos)
Interessou?! Então seguem os canais oficiais de Lara e os Ultraleves: Site: wlaraeosultraleves.com – Instagram: instagram.com/laraeosultraleves – Facebook: facebook.com/laraeosultraleves.
Com a alegria de escrever sobre mais um excelente trabalho musical, me despeço desejando a todos uma ótima semana, desta vez ao som do CD “Em Boa Hora” de “Lara e os Ultraleves”, que fará um show em São Paulo, nesse sábado (15/10 – à partir das 15) no projeto “Zons de Bolso” (facebook.com/zonsprojeto)!
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