A mais nova façanha brasileira é o “desagrado a todos” e nesse sentido, garanto que tanto os prós quanto os contrários ao governo Dilma estão plenamente insatisfeitos.
Uns porque não estão conseguindo realizar o exercício pleno da governança do país e os outros por todos os motivos evidentes, expostos amplamente pela imprensa (assim como nas notas da Operação Lava Jato) e amplamente manifestados nas ruas brasileiras.
Particularmente penso em simplificar essas questões e torna-las mais próximas de nossas modestas vidas diárias, para poder perceber o quanto isso tudo nos atinge.
Vamos colocar as ideologias à parte: Talvez as portas das nossas geladeiras, as tampas dos tanques de combustíveis, as caixas de correios e as máquinas registradoras dos supermercados e das padarias possam dar mostras mais claras sobre o que realmente se passa em nosso país.
A outra possibilidade é consultar a própria memória, a carteira e, comparar seus conteúdos atuais com que continham há algum tempo. Mas o universo dessa crise não fica somente no campo da economia, que traz a inflação galopante e o altíssimo desemprego. Há uma coisa imaterial que também anda sumida das pessoas: trata-se da esperança!
Creio que essas percepções sejam fáceis de ter quando nos perguntamos: O dia-a-dia anda mais lento ou mais pesado?! Tá sendo chato não conseguir fazer aquela coisa simples que você queria tanto?! O que era tão comum, agora ficou complicado de fazer ou de conseguir?!
Se suas respostas foram positivas, então você deve fazer parte do grupo dos descontentes, o único onde a oposição e a situação se encontram juntas (ainda que por motivos completamente diversos)!
Enquanto vamos pagando nossos boletos, abastecendo os cofres públicos e dando volume ao faminto “impostômetro”, os deputados e senadores estão avaliando se os fundamentos do pedido aceito de impeachment têm ou não têm concretas propriedades jurídicas.
Lá em Brasília (com tudo pago por nós) eles falam, gritam, esperneiam e às vezes até se esmurram para fazer prevalecer seus pontos de vistas e ideias inexpugnáveis; tão críveis quanto à quantidade de cargos que recebem para dar seus apoios (e votos) à uma ou outra proposta.
Sempre em nome da constitucionalidade! Sempre em nome da moralidade! Sempre em nome da legalidade! Quando na verdade, visam interesses e vantagens próprias…
Nessa última quarta-feira houve a apresentação jurídica dos solicitantes do impeachment e ontem (quinta-feira) houve a apresentação jurídica da defesa de Dilma. Naquele picadeiro se viu dois dos talentos mais impressionantes do ser humano (a inteligência e a fala) por vezes serem usados da forma mais leviana e sofística (como diria Sócrates).
Fica a impressão de que em 1988 foi criado um monstro chamado de constituição cidadã, na qual consta o “impeachment”, mas protege o mau exercício dos eleitos, premia a incompetência e só reconhece a vontade popular a cada 4 anos.
Como está, a cada eleição outorgamos mandatos a uma legião de algozes para nos vitimar e a política brasileira cumpre exatamente o papel de ser atroz com seu próprio povo e o deixa em flagelos físicos e psicológicos!
Quanto à presidente Dilma; quais seriam os motivos que fazem uma das pessoas mais rejeitadas da história desse país querer se manter num cargo onde ela é quase que completamente indesejada?! Sinceramente não sei responder, afinal; ela desagrada a Gregos e Troianos…
E o impeachment?! Certamente que ele ajudaria, mas não é o que vai resolver todos os problemas brasileiros, porque o que realmente precisamos é transformar a “desordem e o regresso” em “ordem e progresso”!
Novamente desejo a todos um ótimo, divertido e revigorante final de semana!
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