Feliz Ano Novo!

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O ano no Brasil só começa depois do carnaval, não é?!

Mas quando o país pára?! Creio que seja no Natal, porque na semana seguinte já emenda com o Réveillon, ou seja: O período de letargia pode durar entre dois e três meses dependendo de quando a Igreja Católica determina a data da terça-feira da folia, que pode cair até na primeira quinzena do mês de Março.

Mau humor ou bom humor?! Levando em conta tudo o que têm de ser feito aqui nesta terra onde cantam os sabiás, somados a todos os índices e levantamentos socioeconômicos publicados e mais as manifestações populares desde 2013, percebe-se nitidamente que não há muitos motivos para comemorações, mas parece que a maior parte dos brasileiros tem a capacidade de se desligar de todos os problemas para pular, pular, pular e pular…

Maria vai com as outras?! A Maria eu não sei, mas nós fomos para um camping que fica na Fazenda Palmeiras, no alto da serra da cidade de São Pedro/SP e lá passamos dias bucólicos e ensolarados, à revelia da previsão do tempo que indicava chuvas e raios. Ainda bem que ela errou em ambos! (risos)

Sempre vamos para lá e desta vez conheci um médico cubano que veio para o Brasil através do sistema mais médicos, instituído por nosso atual governo federal. Não vou identifica-lo por conta de suas críticas políticas.

Ele comentava orgulhoso que a educação e o sistema de saúde de Cuba são muito bons e totalmente gratuitos, mas depois de um breve momento pensativo disse que era enganosamente de graça, porque depois de sua formação, passou a pagar uma parte importante de seu salário para seu país.

Durante nossa conversa, trocamos informações sobre nossos países e cultura e lhe disse que gosto muito dos ritmos musicais cubanos. Mas não deu para escapar dos assuntos políticos e comentei sobre a eleição para deputado, de certo palhaço que trabalhava televisão, o Tiririca. Acho que, como todo brasileiro, já estou um tanto amortecido e acostumado com estes tipos de aberrações, mas as altas e longas gargalhadas que o médico cubano soltou ao saber deste caso, me retomaram a ciência sobre a dimensão desse absurdo.

No dia seguinte, novamente estávamos na piscina sob o sol escaldante estampado ao alto da serra e conheci um senhor português chamado Plácido, que beira os cinquenta anos de idade. Ele é engenheiro civil e recentemente abriu um bistrô de culinária portuguesa na cidade de São Carlos/SP. Como no dia anterior, trocamos ideias sobre nossos países, nossa cultura, mas desta vez o assunto foi para uma pauta mais existencial e uma de suas falas me chamou a atenção.

Ele disse: “Alexandre, o Grande, foi conduzido ao seu enterro com seu corpo sobre as cabeças de seus soldados, suas mãos nuas para fora mostrando que era igual aos demais, seus médicos caminhando ao redor para que vissem que ninguém havia podido salvar-lhe e com todos os seus tesouros logo atrás, para que soubessem que nada se levava desta terra.” Após contar esse trecho histórico, completou: “Temos de ser felizes aqui, enquanto estamos vivos.”

Cultural esse nosso carnaval, não é?! Creio que sim e enquanto as marcas eram expostas, as celebridades filmadas e fotografadas, as bebidas consumidas e as ruas tomadas por milhões de foliões beijoqueiros e embriagados, nós vimos o sol nascer e se pôr sobre as árvores nas montanhas, nos divertimos e voltamos para casa, sãos e salvos, lembrando tudo o que fizemos; incluindo essas histórias para contar aqui nestas linhas! (risos)

Novamente desejo a todos um ótimo, revigorante e muito divertido final de semana e, FELIZ ANO NOVO!!!

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