Brasil: Escolhemos errar!

Brasil - Escolhemos Errar

O Brasil enfrenta uma situação político-econômica, moral e social, terrível que se desdobra por todo o país e atinge a todas as pessoas que aqui vivem, indo até a investidores internacionais que apostaram na indústria e no mercado brasileiro.

Todo esse retrocesso penoso e constrangedor deriva de opções adotadas no passado por nós mesmos, brasileiros, quando tivemos a oportunidade para escolher a adoção de caminhos e recursos mais ou menos eficientes.

Ou seja: Não dá pra plantar tiririca (refiro-me à planta e não ao comediante!) e querer colher mandioca (sem saudações ao nobre tubérculo!).

Ocorre que o Brasil restituiu sua república democrática em 1985 e após 3 anos de trabalhos foi instaurada a nova constituição que orientaria as ações governamentais, militares e civis na obtenção de um futuro próspero e orgulhoso para essa nação. Percebe-se o quão errado tudo isso deu…

Um dos episódios da construção deste projeto foi a realização do plebiscito para escolha do regime de governo que geriria nossa democracia e as opções foram o presidencialismo (que ganhou e se comprova ineficiente), o parlamentarismo e, pasmem, até a restituição da antiga monarquia da linhagem de Dão Pedro.

Parece um descalabro facultar ao povo um decisão extremamente prolixa e complexa sobre a forma de administração do governo federal de um país de amplitude continental e com mais de 200 milhões de habitantes.

Talvez isso equivalha a incumbir um trabalhador braçal e pouco estudado, a construir um foguete interplanetário, traçar a rota e planejar uma viagem à lua com fins científicos. Não dá pra tirar leite de pedra!

Todos os países ricos, prósperos e civilizados (Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal, Japão, Austrália, Canadá, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Suíça e Coreia do Sul) têm governos parlamentaristas.

A única exceção são os USA que tem sistema presidencialista, porque todos os demais países com esse sistema são pobres, possuem grande desigualdade social, graus de IDH e infraestrutura precários, parque fabril sucateado, mercados não competitivos e estão à margem dos benefícios e recursos da era contemporânea!

Esse já era o quadro durante fatídico plebiscito, então por que facultar a escolha entre dois sistemas perdedores e apenas um ganhador? Por que não optar logo pelo que daria certo? Por que deixar essa escolha para um povo que não distinguia as diferenças, vantagens e desvantagens dentre os sistemas? Nunca entendi isso.

O fato é que o inconsciente coletivo (infantil e ingênuo) do povo brasileiro preferiu um regime com a concentração máxima do poder existente numa democracia, onde uma única pessoa acumula as funções políticas e operacionais. Assim como sonhávamos com os cowboys que resolviam tudo sozinhos, em seus cavalos suntuosos, seus revolveres certeiros e seus atos heroicos!

Quem são os heróis brasileiros? Airton Senna? Pelé? Guga? Neymar? Roberto Carlos (o cantor)? Chico Xavier? Qual é o herói cívico, de grande relevância e com grande mérito social? Qual?!

Diante de tantas opções para exercer a presidência do Brasil; quem escolher? Nenhum deles vem de áreas relacionadas à administração pública, de atos humanitários e tem as qualificações para o exercício das funções do governo.

O fato é que os constituintes escreveram uma constituição falha, inalcançável e que os governos vieram não a cumpriram e deixaram este país à mercê da ganância, do jeitinho e das desculpas, três das características mais comuns dos políticos brasileiros.

Agora estamos com um governo pífio, completamente incompetente e queremos sanar nossas dificuldades através de medidas cosméticas, quando na verdade precisamos de uma cirurgia cerebral que implante a profunda consciência do  é um país e de como ele afeta as vidas das centenas de milhões de pessoas.

Estamos presos às nossas próprias escolhas. Pessoas vivem e morrem vitimadas pelo desamparo físico e mental de um Brasil que literalmente foge à luta pelo bem de seus filhos.

Não há “jogo democrático”, não há de se sentir que “voto tem consequência” quando os políticos atuam apenas para enriquecer e os pobres apenas para não morrer, enquanto as empresas e a classe trabalhadora sustenta os sem graça de uns e as desgraças de outros. É mais ou menos isso: Uns destroem enquanto os outros não constroem.

Mais impostos, mais taxas, mais contribuições para serem roubadas e não atingir seus objetivos estruturais e sociais? Como tirar suco de uma laranja seca? Tirar a Dilma é golpe? A opção é mantê-la até que quebre a Petrobras e o país inteiro? Esse é o preço a se pagar para seguir uma constituição e um plebiscito falhos? Por que não rever tudo isso enquanto ainda dá tempo e prosseguir em direção aos acertos? Vamos mesmo ficar à deriva?

Essas são algumas das questões que se apresentam na atualidade brasileira e que vão dar consequências sérias para o país, portanto, é melhor não ignorá-las!

Novamente desejo a todos um ótimo, divertido e revigorante final de semana!

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