Nesse último dia 28, foi exibida pela Globo News uma homenagem dedicada ao ex-Beatle, John Lennon, no programa Arquivo N.
No episódio, a vida de John Lennon foi abordada da forma mais ampla com que o curto tempo de televisão e a contemporânea constrição jornalística permitem. A tônica foi o convite para rememorar os feitos desse grande artista, deixando manifesta a falta que um gênio que não ficava em cima do muro faz!
De um tempo pretérito para a atualidade, nada mudou e talvez até haja retrocesso, porque há sangue sendo derramado tanto quanto (ou mais) do que na época em que John Lennon andava por essa terrinha cantando seus versos de paz e amor.
Aliás, o quão ofensiva pode ser a paz?! Principalmente quando ela vai contra os interesses da indústria bélica em plena guerra do Vietnã, onde os USA combatiam o comunismo soviético!
Nesse ínterim, John Lennon foi perseguido a todo custo pelo FBI porque criticava abertamente a política do ex-presidente norte-americano, Richard Nixon (que mais tarde foi cassado pelo escândalo de corrupção Watergate). A ideia era extraditar esse artista, compositor e ativista que não sabia guardar sua voz afinada numa boca fechada.
Mas eu particularmente acho que o melhor de John Lennon eram seus olhos abertos, que não se cegavam ao que ocorria mundo afora. Ele via as coisas de uma forma muito parecida com a que elas realmente são, livre dos discursos, ideologias, compromissos, maquiagens propagandistas e dos preconceitos.
Acho louvável a atenção desse artista para com os reles mortais… Ele tinha todo o acesso, mas não vivia nas altas cortes glamorosas e distantes da realidade da maior parte da população mundial. Nunca se isolou da vida dos outros e até pagou caro por isso. Não se sabe se realmente foi um fã doente que o alvejou com os tiros que o matou (como consta na versão oficial) ou se sua morte foi encomendada dado às suas manifestações políticas.
O fato é que John Lennon morreu pelas mesmas armas que tanto criticou e que tanto combateu. Mas morreu de peito aberto, tais quais seus olhos, sua voz, boca e músicas que continuarão sendo ouvidas!
Já escrevi várias vezes sobre a postura, criatividade, música, poesia e conduta de John Lennon, também salientei a falta que faz um ícone artístico e cultural com acesso às câmeras e aos microfones para bradar aos quatro cantos o que a voz emudecida do povo gostaria de dizer, mas não consegue.
Morro de vontade de saber o que ele diria sobre o que vivemos no Brasil. Como gostaria de saber suas impressões e pensamentos sobre o que passamos… Mas o fato é que isso não é possível e que nas rádios e televisões desta terra onde cantam os sabiás, só há voz para os sentimentalismos corníferos e à depravação (o pior é que não sou nada puritano, rs…).
Não há mais superstars da grande mídia brasileira (e mundial) que tenha a capacidade, coragem e interesse (ou desinteresse) de cantar algo mais do que uma transa ou um amor. John, a acepção brasileira de “amor” não é a mesma que a sua.
O fato é que #NãoSomosTodosJohnLennon e sentimos muita falta do brilhantismo desse gênio. Aqui fica uma pergunta: Será verdade que ninguém é insubstituível?!
Mas sim, amo Beatles, John Lennon e reverencio a história dessa pessoa que foi além de si mesma para ajudar a regar a semente da paz e do amor, com sua imaginação e criatividade!
Nesse sentido, sim #SomosTodosJohnLennon!
Desta forma, novamente desejo a todos um ótimo, revigorante e muito musical final de semana.
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