30 anos de Blues Etílicos!

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Fundada em 1985, a primeira e mais antiga banda de blues do Brasil está completando 30 anos de carreira com marcas expressivas; tais como milhares de shows realizados (nos mais tradicionais palcos e festivais do Brasil) e 14 álbuns lançados.

O último disco é o “Blues Etílicos – 30 Anos” que foi gravado ao vivo no Sesc Pompéia, na cidade de São Paulo e está disponível pelo site da Substancial Music (gravadora da banda): www.substancialmusic.com.br

Com uma sonoridade tipicamente crua e com particular sotaque brasileiro, a tônica do Blues Etílicos é tocar bem e explorar ao máximo cada instrumento (bateria, contrabaixo, duas guitarras, gaita e dois vocalistas), não utilizando muito os processadores de efeitos, o que lhes permite alcançar o purismo norte americano, a alegria da rock’n’roll e a irreverência do Brasil. Bastar ouvi-los para notar a diversidade nos caminhos das composições e nas poesias de suas letras (vezes em inglês, outras em português).

Mas nem tudo são flores! No show de comemoração do aniversário da banda, realizado no Bourbon Street (10/09/2015 – bourbonstreet.com.br), o gaitista e cantor Flávio Guimarães (com voz de locutor) disse que no começo, a ideia de montar uma banda de blues no meio da década 1980 (bem no ano do primeiro Rock in Rio) chegou a ser considerada uma estupidez por seus familiares e amigos, porque ninguém sabia direito o que era esse estilo naquela época.

Nesse show, o guitarrista Otávio Rocha estreou sua nova guitarra, uma Squier modelo Jaguar de cor sunburst, com a qual fez solos e bases complementadas com melodias ao melhor estilo da antológica banda inglesa, “Dr. Feelgood”.

A 4ª música da noite foi uma de minhas preferidas, “Misty Montain”, com Greg Wilson (guitarrista norte-americano) cantando em inglês sobre uma montanha enevoada onde a natureza se destaca de forma deslumbrante. Uma curiosidade sobre ele, é que realmente gosta de ar livre e acampa com certa frequência!

Nesse show ficou claro que a bagagem de uma carreira tão longeva se reflete intensamente na qualidade da banda, sendo que a densidade do som, assim como o entrosamento e o sincronismo foram notáveis!

Em todo o tempo viu-se a fúria juvenil de Pedro Strasser na bateria e o peso do contrabaixo de Cláudio Bedran, que estava turbinado com captadores da DiMarzio!

Durante as pesquisas encontrei uma entrevista de Flávio Guimarães, concedida no dia 02/08/2013 ao programa Metrópolis da TV Cultura, onde ele disse que o Brasil seria o país onde o blues é mais popular, fora dos USA, devido aos numerosos festivais que acontecem anualmente no país.

Até o fechamento desse artigo não conseguimos contactá-lo para verificar permanência dessa mesma opinião, mas esse estilo pode crescer muito quando comparado aos gêneros musicais nativos e um caminho interessante foi apontado por Claudio Bedran durante entrevista, após o show no Bourbon Street. Para ele, as letras e o swing poderiam ser mais “malandros”, como nos primórdios do gênero, o que possibilitaria mais diversão e dança para o público feminino.

Outro apontamento de Bedran, é o cuidado que se deve tomar com os inúmeros e infindáveis solos comuns ao estilo, o que também cria certo distanciamento do público leigo. Acredito que ambas as sugestões poderiam resultar numa maior aceitação e fortalecimento do blues nacional!

Uma curiosidade sobre o Blues Etílicos é o lançamento de uma a cerveja própria da banda, em meados de 2012, o que lhes rendeu mais mídia do que o lançamento de alguns álbuns (como ironizou Bedran). Nessa época a banda (que já tem o álcool em seu próprio nome) chegou a lançar a música “Puro Malte”, na qual o refrão diz que a cerveja boa é a artesanal! Gostaria de experimentá-la, mas sua produção foi descontinuada…

Interessou?! Então segue o canal oficial da banda: www.bluesetilicos.com.br

Com a alegria de trazer uma pauta musical etílica e de peso, me despeço desejando a todos um ótimo, divertido e revigorante final de semana, desta vez ao som de Blues Etílicos!

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