Ontem completou o fatídico aniversário de 70 anos da explosão da 1ª bomba nuclear, jogada na cidade japonesa de Hiroshima pelo exército norte americano, em 06/AGO/1945 para finalizar a maior campanha bélica já vista na história da humanidade – a Segunda Guerra Mundial.
Dois dias após, foi jogada outra bomba nuclear na cidade de Nagasaki, duas tragédias que culminariam com a rendição incondicional do Japão e finalmente colocariam o mundo ao tão desejado estado de “paz”. Que contrassenso!
Inadvertidamente, no Brasil da atualidade aconteceu simultaneamente a votação da “pauta bomba” pelo congresso nacional, onde o presidente da câmara dos deputados, Eduardo Cunha, impôs uma agenda completamente contrária aos interesses do governo federal, da presidente Dilma Rousseff – PT.
Com 71% de reprovação (estatística publicada pelo Datafolha em 06/06), não é possível supor que o atual governo brasileiro vá bem e se somarmos a todos os índices macro econômicos negativos (câmbio, resultados da bolsa de valores…), mais aos escândalos de corrupção e aos pesados e terríveis números sociais; quantidade de desemprego, volume de crimes e à demanda não atendida na saúde e na habitação, além da péssima qualidade dos serviços públicos (como a qualidade da educação e do transporte público…) aí vemos nitidamente o quão comprometido está o Brasil.
Uma curiosidade sobre esse percentual: No estado da Bahia a presidente Dilma teve aproximadamente 70% dos votos válidos, ganhando muito à frente de Aécio Neves, uma porcentagem que se inverteu com a rejeição de seu governo e, é justamente dentre os baianos que está o maior índice de desemprego no país. Reflexo inerente à crise que atravessamos.
Indo mais além: Posso afirmar que não há discurso que apazigue as geladeiras e os bolsos vazios dos brasileiros e não há milagre que multiplique os pães nas mesas dos desafortunados. Enquanto os boletos não vão sendo pagos, a inadimplência cresce e logo a inflação deverá ceder por causa da falta de dinheiro em circulação, piorando o quadro recessivo e provocando uma deflação, que é quando os preços caem por ter mais oferta que procura. E o milagre econômico do ex-presidente Lula, onde está?!
Há um ditado popular muito antigo que diz que quando o navio está afundando, os ratos são os primeiros a sair. E esse provérbio que na época do mercantilismo era usado de forma literal (quando os barcos realmente estavam naufragando) agora está sendo usado para destacar a saída de partidos e pessoas da base política aliada do governo federal. Ontem mesmo, o PDT e o PTB se declararam independentes. Afinal, quem quer ser visto ou ser relacionado a uma gestão com mais de dois terços de rejeição?!
Por essas e outras há a convocação nacional para uma mega manifestação a acontecer no dia 16 de agosto, mas fora o ato de ir para as ruas e de mostrar o volume de pessoas descontentes (caso haja o comparecimento maciço que esperam), quais os efeitos práticos e reais disso tudo?! Afinal, desde 2013 essas manifestações enormes vêm ocorrendo e pouco de prático aconteceu.
O certo é que a aprovação da PEC 443/09 (a da pauta bomba) acarretará num custo anual adicional de 2,5 bilhões de reais que engrossará os salários dos advogados da AGU – Advocacia-Geral da União e, segundo a presidência da república não há recursos para custear esse montante. Duas coisas: A primeira é que prefiro o dinheiro na mão das pessoas do que na mão do governo, tendo em vista a péssima administração que observamos. E a segunda é que o governo teria esse dinheiro caso tivesse mantido o crescimento normal de 7% ao ano e se não houvessem tentos desvios e corrupção nesse país!
Isso sem contar personagens como o ex-ministro Zé Dirceu, que mais parecem os chamados “cadeieiros” e não conseguem viver em liberdade. Nesse caso específico, ele foi preso na época da ditadura, depois na época do escândalo do mensalão e agora pela operação Lava Jato, implicado no petrolão, caso que operava desde o mensalão. Veja, ele negava as acusações frente ao ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, enquanto fazia parte de um esquema de corrupção ainda maior… Mas que cara-de-pau, não é mesmo?!
De qualquer forma, o tom atual da política é desafinado e nesse coral cacofônico de surdos (mas sem nenhum Beethoven), todos gritam mais e mais alto que o outro, mas o ouvido do povo não é pinico e o que nos resta são os grunhidos do desentendimento somados à ineficácia na condução deste solo que não é mais mãe gentil, dessa pátria amarga Brasil.
Novamente desejo a todos um ótimo, revigorante, divertido e muito musical final de semana!
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