Ouvir Jimi Hendrix no som ambiente de um espaço público brasileiro, em pleno sol tropical de uma tarde clara e bastante luminosa da petrificada pauliceia desvairada, não é nada comum.
Quanto mais encontrar a mais famosa, mais lembrada, mais falada, mais vista, icônica e mais ouvida guitarra de todos os tempos… Aí realmente afunilam muito as possibilidades de acontecer e digo: Venho trabalhando com arte e música há um bom tempo, o suficiente para perder os resquícios de qualquer tipo de tietagem, mas ao me deparar com essa lendária guitarra, a emoção literalmente bateu!
Nessa quinta-feira (30/07/2015) tudo isso estava ao alcance das mãos e somados a mais de 100 outros itens pessoais do maior mito do rock mundial, Jimi Hendrix.
A guitarra da qual falei; é aquela fabricada pela Fender, de modelo Stratocaster, que foi utilizada por Hendrix no show mais antológico do século XX, no Festival de Woodstock ocorrido em 1.969 nos USA. A guitarra que mudou o mundo!
A exposição em questão é a “Hear my trains a comin’ – Hendrix hits London” que ficou hospedada no 3ª piso do Shopping JK (na cidade de São Paulo/SP) de 10 de junho até hoje (31 de julho), quando encerra suas atividades e retorna para Seatle – USA, onde ficará permanentemente.
Seu foco são os nove meses em que Jimi fica na Inglaterra, um período de gestação que o capta do anonimato de um simples músico que acompanhava artistas nos Estados Unidos (seu país natal) para devolvê-lo como uma grande estrela da música mundial.
Foi nesse período, no útero inglês, que ele encontrou os outros fatores que comporiam o amálgama e daria a plenitude do que hoje conhecemos por “Jimi Hendrix”!
A moda, a elegância, seu lado compositor de letras, a expertise nos negócios e a network com a imprensa e com grandes artistas: Tudo isso lhe foi adicionado e aprimorado na terra da rainha com a ajuda de Chas Chandlers (contrabaixista do The Animals) e pela amiga Linda Keith, ex-namorada de outra lenda da guitarra, Keith Richards (guitarrista do Rolling Stones).
Nas palavras do próprio Hendrix, “como pessoa ele nasceu nos Estados Unidos, mas como artista foi na Inglaterra”, acrescentou Marcelo Jackow diretor da empresa Case Lúdico, responsável pela montagem cenográfica da exposição.
A iniciativa do projeto é do Instituto Dançar, com parceria da norte americana Experience Music Project Museum. Outra curiosidade sobre a edição dessa exposição, foi o acompanhamento pessoal de Jane Hendrix, que veio ao Brasil prestigiar a abertura!
O que posso dizer, é que o legado de um grande artista não se perde nem se dilui com o tempo, algo impensável para os dias atuais onde as músicas e as pessoas são meramente descartáveis! E muito ao contrário das mortes súbitas dos hits e estrelas atuais, o público de Jimi Hendrix vem crescendo dia-a-dia, principalmente entre os mais jovens, acrescenta Gisela Gari, produtora da exposição.
Agora vai aquela pergunta que não calar: Como chegamos ao ponto em que estamos?!
Como não tenho como responder, agradeço por poder ouvir e degustar essas verdadeiras obras de arte que são as músicas feitas com paixão, dedicação e talento, como as de Jimi Hendrix!
Novamente me despeço desejando a todos um ótimo, revigorante, divertido e muito musical final de semana, desta vez ao som da maior lenda da história do rock!
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