Recentemente assisti a um filme que me tirou o fôlego, logo que terminei tive de coloca-lo novamente para rodar e sua cena final é tão boa que me levou a repeti-la isoladamente por mais três vezes seguidas!
Trata-se de “Whiplash – Em Busca da Perfeição”, que apresenta o convívio entre três personagens principais: Os dois materiais são o aluno de bateria Andrew Neiman (interpretado por Miles Teller) e o professor e maestro Terence Fletcher (interpretado por J. K. Simmons).
O terceiro protagonista não é material, mas é tão presente e atuante quanto os outros dois. É a “arte dos sons”, a música, sem a qual não haveria a trama e nem o elo entre os personagens!
O pano de fundo do filme é o conservatório Shaffer, em New Yourk – USA e a película já se consagrou com diversos dos maiores prêmios do cinema mundial: Duas premiações no “Festival de Sundance”, um “Globo de Ouro”, três prêmios “Bafta” e mais cinco indicações ao “Oscar”, nas categorias de “melhor filme”, “melhor roteiro adaptado”, “melhor ator secundário”, “melhor montagem” e “melhor mixagem de som”, ganhando estatuetas nas três últimas!
Pelo histórico, as qualidades do longa metragem ficam bastante evidentes, mas o que chama muito a atenção foi a abordagem que o texto, montagem e o roteiro dão para a música, o que é valorizada e levada ao extremo pelas interpretações dos protagonistas!
As cenas musicais, com uma orquestra de jazz tocando os clássicos “Caravan” (composta em 1937 por Juan Tizol) e “Whiplash” (música de Hank Levy, escrita em 1973), apresentam tantos cortes de tomadas de câmera e expressões dos atores, que somados à perfeição com que eles simulam estar tocando (ou tocam mesmo) e adicionadas à tensão da história, produzem mais emoções que muitos filmes de guerra com sangrentas cenas de combate. É impressionante a capacidade de criar expectativa!
Outro fator que chama muito a atenção foi a capacidade desse filme em traduzir e dialogar com o público leigo (percebi isso porque assisti acompanhado) e lhes dar noção da importância obsessiva que a música pode ter para os músicos (meu caso), pessoas que por vezes podem ter a percepção auditiva tão aguçada que se assemelha a uma espécie de sexto sentido, lhes permitindo ouvir e perceber coisas que passam totalmente desapercebidas aos demais, mesmo que se esforcem para ouvir os mínimos detalhes e as suaves nuances dos sons.
Sim, há exageros no filme e uma dramaturgia que ultrapassa os limites da realidade! Cenas que mostram o baterista com as mãos repletas de calos e ensanguentadas e agressões físicas de professores contra alunos não acontecem na realidade e movimentos ou posturas que impliquem em lesões seriam imediatamente corrigidas nas escolas e conservatórios verdadeiros, mas talvez essas ficções sejam justamente as pimentas que intensificam as emoções!
Quando dizemos que tem de se dar o sangue para tocar bem, não se trata de uma fala literal (risos), mas deixo aqui um convite para que procurem alugar, baixar ou ir ao cinema para assistir esse longa metragem e possam desfrutar de um bom filme ao mesmo tempo em que vão experimentar o universo neurótico das cabeças dos músicos! (risos)
Com essa dica menos usual, eu me despeço desejando a todos um ótimo, revigorante e muito divertido final de semana e, “feliz dia das mães”!!!
.
.