Existe uma história muito semelhante à do inventor brasileiro, Santos Dumont, que teria sido o primeiro a inventar o avião (num voo controlado em Paris, em 1906), mas que na verdade foi a dupla dos irmãos Wright (americanos) que fizeram o curto voo inaugural da aviação, em 1901.
Ainda sobre as invenções de Santos Dumont, vale à pena saber que também foi ele que criou o relógio de pulso! Muito útil, não é?!
Bem parecida com essa história do ar é a do nascimento da guitarra elétrica, que aconteceu de forma praticamente simultânea aqui no Brasil e nos USA. É importante lembrar que no início do século passado (caso da aviação) e no início da década de 1940 (época da invenção da guitarra elétrica) não existiam computadores, satélites de telefonia, Internet e o que acontecia numa certa região ou país, muitas vezes não era divulgado pela “imprensa mundial”, porque ela simplesmente não existia uma!
Desta forma, mais uma vez os americanos saíram na frente por 2 ou 3 anos, mas tanto o lendário guitarrista Les Paul (nos USA), quanto os brasileiros e soteropolitanos (nascidos em Salvador – BA) Dodô e Osmar tiveram ideias semelhantes em função dos mesmos motivos!
Suas motivações foram as de tocar para públicos maiores, que por sua vez ficavam mais distantes do palco (onde os músicos estavam e de onde saíam os sons dos instrumentos acústicos). Outra característica de plateias maiores, é que elas produzem mais ruído, o que dificultava ainda mais a boa audição da música.
Ou seja, era necessário maior volume para ultrapassar as barreiras da distância e do ruído dos ambientes dos shows e, foi justamente dessa necessidade que nasceu um instrumento musical capaz de ter seu som amplificado para atender e atingir o grande público. Nesse sentido pode-se dizer que a guitarra já nasceu pop, ou rock! (risos)
As soluções adotadas pela dupla brasileira e pelo americano também foram muito parecidas: Ambos pegaram partes existentes de violões (os braços com as escalas e as tarraxas) e as fixaram em pranchas maciças de madeira para funcionar como os corpos dos instrumentos.
As cordas tinham de ser feitas de aço para possibilitar a captação de suas vibrações por captadores eletromagnéticos, que não passavam de ímãs circundados por voltas e mais voltas de fios de cobre isolados (bobinas), o que geravam sinais elétricos enviados a amplificadores para produzir grandes volumes nas caixas de som!
Eis a guitarra elétrica! Fruto da necessidade de se comunicar com mais e mais pessoas e para atender aos festeiros que a adotaram imediatamente e, que no caso do Brasil, nasceu no carnaval baiano, mais precisamente em Salvador, inaugurando outra inovação sensacional; o trio elétrico (mas esta é puramente brasileira)!
O pior é que em 1967 um grupo de notáveis artistas e músicos brasileiros (Gilberto Gil, Edu Lobo, Elis Regina, Geraldo Vandré, Jair Rodrigues e Zé Kéti, além de integrantes dos conjuntos Zimbo Trio e MPB4, entre outros) e muitos fãs de bossa nova e da MPB fizeram uma passeata contra a guitarra elétrica na plena Avenida Paulista (centro financeiro do país, em São Paulo/SP) esboçando sua revolta para com um dos símbolos do “imperialismo ianque” (norte americano).
Mas essa invenção é nossa!!! (risos) Deve ser por causa da Internet, que não existia na época e não deixou as informações da Bahia chegarem à São Paulo! Mas espera… Eles não são os novos baianos?!?! Por que não ouvimos os sons das guitarras com maior frequência nas rádios?! É, realmente não dá pra entender… (muitos risos)
O certo é que a guitarra elétrica é nossa e que temos grandes músicos que a tocam com o sotaque, sabor, fervor e amor típicos do “tropicaliente” Brasil! Esta terra das palmeiras onde cantam os sabiás!
E falando em sabiás… Aproveito para me despedir esperando que os delatores cantem como passarinhos nas investigações da Lava Jato! Desta forma, desejo a todos um ótimo, revigorante e muito divertido final de semana!
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