Provérbios como “vale tudo”, “os fins justificam os meios” e outros desvios éticos abissais fazem parte da política brasileira desde que o “mundo é mundo”, ou desde que o Brasil é o Brasil.
Porém, nunca havia presenciado uma sequência de atos contraditórios ao discurso eleitoral (recém-proferido) de forma tão numerosa e intensa como se observa nesses meros 23 dias do início do segundo mantado do governo federal.
Lembro-me bem de ouvir inconsistências evidentes nos discursos propagandistas da política eleitoral. Eles nada guardavam relação com os fatos observados empiricamente na vida quotidiana, ou mesmo com as análises e levantamentos estatísticos apresentados por instituições e órgãos governamentais e privados.
Era comum encontrar informações sobre a grande alta de preços, ir ao mercado e constatar tais aumentos e ligar a televisão para ouvir que o acesso ao mercado de consumo nunca havia estado tão facilitado, o que simplesmente não batia com a realidade. Quem faz compras sabe disso!
Também se ouvia análises de especialistas dizendo que logo teríamos apagões em detrimento da falta de investimentos na geração de energia durante as últimas décadas e os experts chegavam a dar o mísero crescimento do Brasil como um fator economicamente negativo que causava o efeito positivo de não gerar uma pane no sistema elétrico. O que também acaba “cair por terra”!
Mas não; não tivemos um apagão! Foi apenas uma interrupção do fornecimento de energia para as regiões sul, sudeste e outros estados, incluindo o distrito federal… Também não; não temos seca ou falta d’água! Temos apenas uma “crise hídrica” que não permite o enchimento dos reservatórios aquíferos (vulgarmente chamados de represas), o que interrompe o fornecimento usual de água.
Ora! Mudam-se os nomes e a propaganda e, apenas se deixa levar por essa “conversa pra boi dormir” quem tem más intensões (em geral, a de enganar o povo para “mamar nas tetas do governo”) ou quem não consegue ver com os próprios olhos abertos! Afinal, “o pior cego é aquele que não quer ver”, não é?!
Além dos casos de incompetência dos governos (federal e de diversos estados e municípios) também há a altíssima corrupção nas esferas públicas e, diga-se “en passant” (de passagem) que isso frequentemente acontece nos 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário).
Não sei qual o fenômeno das pesquisas terem aferido o desejo de mudança na maioria dos eleitores do último pleito tornando-se incompreensíveis os motivos que levaram essas pessoas a eleger os mesmos governantes, o que é profundamente contraditório!
Vínhamos numa queda proeminente desde 2013, onde já antevia-se grandes dificuldades para 2014 (por conta da Copa e das Eleições), mas havia uma sensação de retomada do crescimento e da esperança para 2015, que a cada dia é ofuscada pelas notícias sobre a economia, a injustiça, impunidade, o desgoverno e os atos dos políticos.
As vezes, ingenuamente me pergunto o seguinte: Como uma única classe de pessoas (a dos políticos) pode limitar e prejudicar toda uma nação de 200 milhões de habitantes?! Onde estão os verdadeiros estadistas que apenas vemos nas histórias de outros países?! Por que aqui não vinga esse tipo de gente?! A música “Águas de Março” teria sido composta com toda essa estiagem?!
Por fim, reproduzo um texto de autoria desconhecida e muito esperto que recebi pela Internet: “Devido ao aumento da gasolina, da energia, dos salários dos políticos e da corrupção, informamos que a luz no fim do túnel foi cortada!”
Que tenhamos um ótimo, divertido e revigorante final de semana (se possível)!
Veja a imagem da página publicada – JPG:
.