Assistindo aos debates desse segundo turno das eleições presidenciais de 2014 me deparei com duas autoridades dos mais altos escalões brasileiros, um senador e a outra presidente da república (me recuso a usar a palavra presidenta, com “a”) se digladiando em rede nacional, ao vivo, numa das emissoras de televisão mais tradicionais e penetrantes do país e, com os maiores índices de audiência segundo o IBOPE.
Ambos apresentavam argumentos e dados tendo como fontes órgãos governamentais ou grandes veículos de imprensa e se contradisseram o tempo todo. Ora, se um objeto tem uma única coloração, ele não pode ser azul e vermelho ao mesmo tempo. De forma que sendo puramente racionalista e analítico, conclui-se que alguém está errado ou mentindo.
No caso do erro (de seja lá quem for), é imprescindível não votar nesse candidato, porque não se pode arriscar o destino de uma nação nas mãos de um(a) gestor(a) desinformado(a) que se quer consegue dados corretos para se basear, o que inexoravelmente levaria a avaliações incorretas e posteriormente a decisões e ações equivocadas. Não é?
No caso da mentira (de seja lá quem for), é inadmissível que autoridades de tão alta patente mintam em rede nacional para toda a população brasileira, o que seria o caso da quebra de decoro parlamentar (no caso do legislativo) ou da prática de improbidade administrativa (no caso do executivo) ou mesmo de difamação e calúnia ou de falso testemunho, no simples caso de pessoas físicas em condições da justiça comum. Daí já possível verificar que não é tão simples assumir que em campanha eleitoral “vale tudo” e seria obrigatória a penalização dos infratores! Não é?!
Outra pergunta que surge obrigatoriamente é sobre a veracidade das fontes dos dados utilizados pelos candidatos, na formulação de suas linhas de raciocínio e argumentos.
Ora, no caso dos órgãos governamentais estarem propositadamente produzindo dados errados (manipulados ou mascarados), estariam ocorrendo práticas lesivas contra o povo brasileiro à medida que nos é privada a possibilidade de conhecer a verdadeira situação de nosso próprio país, por informações fornecidas pelo nosso próprio governo. O que novamente incorreria em diversas penalizações, administrativas, cíveis e até criminais. Não é?!
De outro lado, se os grandes veículos de imprensa estiverem sendo difamatórios e maliciosos, distorcendo fatos (ou mesmo os criando de forma tendenciosa) para apoiar ou fazer oposição a alguma pessoa, candidato, partido ou grupo político, esses órgãos de comunicação estariam incorrendo em práticas lesivas, ilegais e antiéticas de difamação e calúnia, também passíveis de penalidades cíveis e criminais. Não é?!
Diante das mais diversas opiniões, argumentos, índices e dados contraditórios, o que nos resta (além de não nos alienar a todo esse conteúdo) é contar com nossos próprios olhos, ouvidos e experiências, porque seria muito difícil mentir para nós mesmos.
Desta forma, proponho simplesmente que avaliemos como nossa própria vida está, quais as dificuldades que enfrentamos, qual seria o tipo de país em que gostaríamos de viver (um país que tivesse isso, aquilo ou aquilo outro de bom e que não tivesse isso, aquilo e aquilo outro de ruim) e principalmente que projetássemos um lugar melhor não apenas para nós mesmos, mas também para nossos filhos, netos e bisnetos… Porque não se faz uma nação do imediatismo, muito embora eu particularmente acredite que o Brasil precise de providências imediatas.
Com a tônica do assunto nesse papo chato de política, visto a importância do momento (as eleições presidenciais), despeço-me desejando a todos um ótimo, divertido, revigorante, “acalorado” e muito musical final de semana, sem que desafinemos, assim como os políticos vêm fazendo!
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