O disco se abre com uma chorada guitarra, tocada com slide nas cordas mais graves e com um efeito de vibrato já arrebata o ouvinte e o joga para os campos de plantio e colheita de algodão do delta do Mississipi.
Logo após, entra o vocal, depois o baixo, a bateria e o caminho foge do blues tradicional, trazendo pitadas latentes de uma modernidade pujante, que por vezes remetem até ao rock progressivo.
Na segunda música (Find The Way), o solo de gaita distorcida rasga no bom e velho blues’n’roll, enquanto os timbres “zepelinianos” da bateria e do baixo fazem o swing da cozinha ganhar um tempero forte e denso que caminha entre o rock e o blues com extrema fluência.
A terceira faixa (Correndo Risco) vem com a letra em português, a linha vocal um tanto mecanizada e uma base pesada, com bastante densidade musical e no recado que a canção traz: “Tenho certeza de que dá pra melhorar!”
Depois da quarta música, que apresenta alguns elementos ao estilo grunge, a quinta faixa nos devolve ao anacronismo que o CD inteiro propõe: O de respeitar a centenária origem e tradição do blues, mas de tocá-lo com a contemporaneidade de 2013!
Sem dúvidas é um disco de peso em seu conceito, produção, musicalidade e, para mim, um marco na produção nacional desse estilo!
O time que deu forma a esse trabalho musical contou com “Vasco Faé” nos vocais, guitarras e gaitas, “Edú Gomes” nas guitarras e violões, “Sílvio Alemão” nos contrabaixos e “Fernando Loia” nas baterias. Além da banda, também houve as participações de “Daniel Lanchinho” que gravou, mixou e masterizou o disco e, “Sheila de Oliveira” que acrescentou cor ao projeto visual do CD com suas fotos e sua direção de arte. Por fim, também houve a supervisão linguística de “Danny Smedley” e de “Alex O’Day”, visto se tratar de um álbum bilíngue.
Entre o ontem e o hoje, o blues e o rock, o inglês e o português, o swing dançante e o peso dos riffs distorcidos de guitarra, esse novo trabalho da “Irmandade do Blues” desfaz fronteiras e finca novos limites para a forma de pensar, ouvir, compor e de produzir o bom e velho, blues!
Quero dar uma menção especial a décima faixa do disco – “Sad” – que busca sua força nas bucólicas influências das paisagens e sonoridade campestres do blues tradicional, o que faz dela uma balada chorada e profundamente bela: Emocionante!
Uma dica aos guitarristas: Quem gosta ou é fã das clássicas guitarras marca “Gibson” e do antológico modelo “Les Paul”, ouça esse trabalho porque acredito que “Edú Gomes” (meu guru espiritual da guitarra) certamente detém o melhor timbre desse instrumento no Brasil!
Outra música que merece um destaque especial é a décima quinta faixa do álbum – Hallelujah (última música), onde a interpretação de “Vasco Faé” somada ao inédito arranjo da banda, fazem soar a força do pulsar dos corações nessa extraordinária canção! Aplausos!
Eis um trabalho que ouvi com grande prazer e o tenho maior ainda por indicar aos meus queridos leitores, como uma obra realmente fantástica: O novo CD, “Fronteiras”, da banda paulistana – “Irmandade do Blues”!
Também aproveito para convidá-los para o Pocket Show de lançamento desse disco, que acontecerá no dia 24 deste mês, na livraria Fnac do bairro de Pinheiros (São Paulo – SP), à partir das 19h.
Interessou?! Então segue o endereço oficial da banda: www.irmandadedoblues.com.br
Novamente findo por desejar a todos um ótimo, divertido e revigorante final de semana, repleto de paternas alegrias e amor paternal, tudo ao som do CD – “Fronteiras”, da “Irmandade do Blues”!
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1 comentário
Escutei todas as faixas e li todo teu artigo.
Casamento perfeito das palavras com as músicas.
Parabéns a você e à Irmandade do Blues.
FANTÁSTICO!