Para quem achava que as espontâneas manifestações populares que foram às ruas há pouco tempo acabariam após o término da Copa das Confederações (principalmente por conta da conquista desse troféu pela seleção brasileira), se enganou redondamente!
De olho nesse movimento legítimo e de inexpugnável relevância histórica, estavam sindicatos, agremiações partidárias e demais entidades de classe que já naquele primeiro momento esboçaram suas vontades de se integrar àquele movimento, mas por conta da atitude de ostentar suas “bandeiras”, felizmente foram rechaçados pelos manifestantes.
Quero ressaltar que o descontentamento “total“ e “generalizado” que “a voz das ruas” (segundo a sua presidenta) esboçou era apartidário, mas jamais apolítico! Todas as reivindicações diziam respeito ao destino dos recursos (dinheiro) públicos, a forma e prioridade de como investi-los além da eficiência e competência no tocante a esses investimentos. Diga-se de passagem que abrangia “todas” as áreas, mas as que ostentavam os descontentamentos mais visíveis eram a do transporte público, a saúde e a educação.
É claro que além dessas pautas, também havia aquelas tradicionais (de décadas, talvez de séculos) que destacavam as mordomias que os políticos desfrutam, a imensurável corrupção vigente e a deslavada impunidade cara-de-pau, com diversos congressistas condenados devidamente eleitos, diplomados e empossados de seus altos cargos públicos.
Mas agora é diferente. O que vemos nesse momento é o segundo ato de uma peça que parece não ter previsão de término! Ou seja: Aqueles grupos compostos por sindicatos, agremiações e entidades de classe viram a força que a mobilização de grandes contingentes fez (a derrubada da PEC 37 é um exemplo disso) e resolveram montar protestos focados em pontos específicos, à semelhança das manifestações originais.
Desta forma, médicos saíram às ruas para contrapor a orientação do governo de trazer profissionais do exterior e agora observamos centrais sindicais parando a circulação do transporte público no país inteiro…
Quanto à questão da saúde, acredito que possamos ter uma abertura profissional, desde que bilateral e com certificações quanto à qualidade da medicina dos imigrantes. Também é interessante que eles sejam locados em áreas e locais onde os médicos brasileiros não estão atuando e por consequência deixando a população descoberta de assistência médica. Contudo, faz-se necessário reiterar que a realização do bom atendimento implica na profunda reestruturação, readequação e construção de hospitais, postos de saúde, unidades de pronto atendimento, farmácias, ambulatórios e demais estruturas necessárias.
Quanto à paralização de todo o sistema de transporte nacional, e de outros serviços de infraestrutura básica ao bom funcionamento de desempenho do estado, a coisa se torna um pouco mais complicada, porque além das justas reivindicações por melhores condições de trabalho, plano de carreira e maior ganho salarial, a parada desses serviços provocam enorme transtorno para o país inteiro… E isso tem de ser muito bem dimensionado para que não haja efeitos colaterais.
O certo é que tudo isso está acontecendo por conta do descontrole de nossos políticos e do acesso à comunicação que hoje existe. No Brasil, até então a política era praticamente um bilhete premiado de loteria e os cargos públicos estavam a serviço dos benefícios próprios… Isso cansou o povo, que agora informado, demonstra claramente que não assistirá passivamente a esse absurdo!
Mas cuidado, porque há muita turbulência à vista!
Desejo a todos um ótimo, divertido, consciente e revigorante final de semana, desta vez ao som de algo tranquilo e calmo para descontrair.
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