Quando o ruim vira bom – Gaby Amarantos!

Eventualmente assistimos a mudanças de conceitos que soam estranhíssimas! Ora, como uma coisa anteriormente ruim se torna boa?

Musicalmente falando: Recentemente assistimos às premiações de duas das mais conceituadas emissoras de televisão brasileiras no quesito musical. O “Multishow” que premiou a cantora paraense “Gaby Amarantos” com o troféu “Novo Hit” pela canção “Ex Mai Love” e a “MTV” que lhe sagrou como a grande ganhadora do ano (no VMB 2012) com os prêmios de “Artista do Ano”, “Melhor Artista Feminino” e “Melhor Capa”.

Observem: O estilo musical de “Gaby Amarantos” é denominado como “Tcnobrega” e nesse universo musical ela é tida como a sua musa maior. Agora lhes pergunto: Já viram uma foto dessa madona? Fora os sutis traços da sublime beleza da referida diva, questiono novamente: Já ouviram o som de Gaby? Caso não o conheçam ainda, aí vai seu site para que constatem os argumentos expostos a seguir: http://gabyamarantos.com

Agora, o mais impressionante! Acreditem se quiser, mas ela faturou todos esses prêmios sobrepujando valores “realmente” artísticos como a consagrada “Rita Lee” e “Pitty”, essa última com seu maravilhoso trabalho “Agridoce”! Acredito que para o ilustre Boris Casoy, isso se configuraria como “uma vergonha”!

Afinal, a que se prestam esses prêmios? A que nível chegou o crivo artístico das consagradas emissoras de rádio e de televisão brasileiras? Onde está o valor que se dá à arte? E porque esse valor artístico, há anos vem constantemente sendo inferiorizado por meros interesses comerciais de empresários já milionários?

Uma das músicas mais famosas e talvez a mais relevante para a carreira de “Gaby Amarantos” é a “Xirley” e, ela abre seus versos da seguinte forma: “Saia Vermelha, camisa preta. Chegou para abalar! Quando tu for na casa dela, lhe buscar, ela vai preparar. Café coado na calcinha, só pra te enfeitiçar” Isso seria uma mistura de jingle de loja de departamentos com fórmula de macumba?  Alguém consegue achar alguma poesia nesse troço?

Por último, a própria Gaby falou em diversas entrevistas do aspecto de “inclusão social” de seu estilo musical, que anteriormente era segregado e posto à margem da música de qualidade, àquela que antigamente recebia premiações por seu mérito… Mas a verdade é que antes de haver a desejável inclusão social (argumento por vezes utilizado indevidamente para justificar desmazelos, dado ao seu caráter quase inquestionável), é necessário que haja as inclusões “cultural” e “artística” das músicas e dos artistas, para que se tenham obras e carreiras que possam ostentar qualidades para figurar merecidamente nessas premiações tão expoentes!

Estamos sedentos por novidades! Por músicas de qualidade, vindas de quaisquer partes de nosso extenso país, feitas por quaisquer artistas de quaisquer cores, raças, credos e condições sociais. Estamos sedentos para comprar ingressos desses bons shows, para encher os bolsos desses novos ícones e também para escrever sobre eles lhes dando destaque, mas não confunda boa música com lixo musical, comercial, enlatado e posto goela abaixo do público por uma superexposição midiática exaustiva, maçante, massificante, cansativa e comprada!

Isso porque eu nem vou mencionar que outro dos grandes premiados da atualidade é o tal do “Michel Té Logo”! (risos)

Mas como nem tudo pode ser ruim, quero finalizar este artigo fazendo uma reverência a um artista revolucionário, verdadeiro, autêntico, inovador e sem o qual, o mundo não teria grande parte das músicas que vimos nos últimos 62 anos!

Parabéns ao Chuck Berry, que acaba de completar 86 anos, é cantor, compositor e, sobretudo; um dos grandes guitarristas norte americanos, que talvez seja o verdadeiro pai do bom e velho “rock’n’roll”!

Novamente findo por desejar a todos um ótimo, musical e revigorante final de semana! Desta vez, com menos inocência quanto ao que vemos em nosso redor e embalado pelo maravilhoso som de Chuck Berry!

Veja a imagem da página publicada – JPG:

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9 comentários

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    • Rui em 20 de outubro de 2012 às 01:00
    • Responder

    Eu discordo totalmente.

    O Tecnobrega é uma das poucas coisas que dá pra ouvir no Brasil ultimamente.

    O Pará sempre teve tradição musical com forte influência da jovem guarda e Roberto Carlos. É bem humorado e a cafonice é superdimensionada.

    Tem que ir ao Pará e ver como são legais os shows desse pessoal lá…

    Vai por mim, dêem uma pesquisada no Tecnobrega…é legal e desprentencioso…

      • Márcio em 22 de outubro de 2012 às 09:11
      • Responder

      Aê seu ASNO… O artigo se refere à qualidade musical… Tecnobrega é um LIXO!!!

        • Leandro em 10 de novembro de 2012 às 18:07
        • Responder

        O seu ASNO, não seja idiota e respeite as pessoas!

    • Beto Jazz Munhoz em 19 de outubro de 2012 às 19:03
    • Responder

    “Isso seria uma mistura de jingle de loja de departamentos com fórmula de macumba? ” – muito bom !

    Cada vez mais vemos que ficar dentro de casa, junto com a familia, ouvindo as músicas “antigas”, comendo uma macarronada e bebendo um bom vinho, parece ser o melhor a fazer.

    À medida que o tempo passa o BOM e VERDADEIRO fica esmagado pela falta de cultura cada vez maior da população. “Levar vantagem”, “ser a mais sexy”, “estar na mídia” é o que o brasileiro infelizmente adora.

    A agência nacional de energia divulgou ontem que está com medo que aconteça um apagão após o término do ultimo capitulo da novela da maldita emissora. Ler livro nada né?

    Enfim, viva o Jazz, o Blues, o Rock e a boa música instrumental !

    • Sérgio em 19 de outubro de 2012 às 15:17
    • Responder

    Onde reina a ganância naufraga a ética, a moral e várias outras coisas, e por isso a arte perde seu significado, dando lugar ao lixo cultural que atualmente abunda (ops) a mídia.

    Gostaria de saber o que os jovens de hoje, embrutecidos e alienados por esse lixo, vão ouvir quando, mais velhos, sentirem saudades das musicas de sua juventude.

    Vão sentir saudades do que? Vão ouvir o que?

    • Clara em 19 de outubro de 2012 às 15:16
    • Responder

    Pois é, Nando, não pode ser considerada inclusão social se acontece às custas de bons e competentes músicos para a dar lugar à má qualidade.

    Esse predomínio do que é medíocre não é só culpa de jabá, mas do desinteresse das emissoras no progresso do público, um verdadeiro desserviço…

    É mais fácil entorpecer as pessoas com os “encantos” da Gaby e Michel té Logo…hauhauahuahuah

    Viva o Chuck Berryyyy!!!!!

    • Flávia em 19 de outubro de 2012 às 15:14
    • Responder

    Pois é..

    Que as novidades sejam boas e com qualidade, porque tá cada dia mais complicado.

    • Felipe em 19 de outubro de 2012 às 15:11
    • Responder

    É Nando, isso já vem acontecendo faz tempo…

    Realmente não sei de quem é a culpa.. eu nem sabia da existência dessa mulher ! rs…

    Infelizmente as coisas estão caminhando para esse lado…

    • Danilo em 19 de outubro de 2012 às 11:09
    • Responder

    É Nando, o negócio tá feio mesmo!
    Enquanto a novela empurra os hits güela abaixo da geral, a gente que tenta pensar fora da caixa se isola cada vez mais nas ilhas dos alternativos.
    Pensar que as novelas já foram divulgadoras de grandes compositores no passado e agora promovem o mais puro lixo, é f***.
    O conceito de música popular está totalmente distorcido, assim como o de inclusão social, nesse caso.
    Muito bom o artigo! Abs

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