A independência, a guitarra elétrica e o circo de pulgas…

Hoje é sete de setembro, a principal data cívica brasileira que coroa… Ops! Que retira a cora da cabeça portuguesa… Ops! Que muda a coroa de uma cabeça portuguesa para outra cabeça portuguesa, esta última que era filha da primeira… Nossa, que confusão!

Bom, foi nesse dia que soou o brado retumbante às margens do Ipiranga e que finalmente a colônia deixou de ser subserviente… Ops! Ainda éramos subservientes à coroa inglesa, porque a portuguesa tinha naufragado e agora era sujeita ao império britânico. Vixe! (risos)

Sem contar que a navegação é a maior competência histórica de Portugal, esquecendo também a fuga da corte portuguesa para o Brasil por causa das guerras napoleônicas e desconsiderando o ditado que diz que todo capitão deve afundar com seu navio…  Mas a navegação não era a cereja do bolo de Portugal e o exemplo não teria de vir de cima?

O fato é que do introspectivo violão nasceu um novo e poderoso instrumento de comunicação. O processo foi à lá Frankenstein, que somado à eletricidade de Franklin, Edson e de Tesla, se ergueu aos fortes brados e com altiva força, apesar de no primeiro momento ainda ser um tanto infantil. Mas bastaram apenas 10 anos desde a primeira guitarra elétrica sólida para que ela recebesse mais uma transformação.

Dessa vez, o mito que mais se aplica é o do médico e o monstro. Onde o culto, civilizado e pacífico Dr. Jekyll, ao beber uma poção transforma-se no Mr. Hyde, seu alter ego passional, visceral, incivilizado, mas sedutor. Por que será que a sedução muitas vezes se encontra próxima à animalidade? Há é! Somos “animais” racionais, deve ser apenas uma parte de nós falando mais alto…

Mas enfim, nas mãos da geração de 1960 essas franks-guitarras-elétricas enlouquecidas pelas distorções contavam e cantavam histórias revolucionárias daquele presente épico, sendo usada muitas vezes como arma e tendo mais força do que bombas militares! Ela gritou e brigou socialmente pela paz (notem o paradoxo) nas mãos de “hippies”, cujos nomes mais expressivos ressoam em lendas humanas, urbanas e politizadas como John Lennon e Bob Dylan.

Eis que a opinião pública ganhava o status de força extremamente expressiva e que os palcos se transformavam em palanques, numa geração onde todos pareciam saber o seu papel e ter uma participação ativa nas vidas política e social, além da já umbilical pessoalidade.

Pena que tudo isso teve um breve prazo de validade e até as estrondosas guitarras passaram às mãos dos Chimbinhas, fazendo com que deusas como Calypso virassem nome de bandas cuja função era meramente a de divertir e entreter públicos, como num circo de pulgas.

Ao pensar na palavra circo, me vem inevitavelmente os palhaços à mente!

Dessa forma e sem a tenda estendida, num ano de eleição, de julgamento de mensalão, nós (a população) não podemos participar desse espetáculo circense sem perceber a força de nossa opinião “pública” e os instrumentos que temos para musicar nosso futuro!

Nesse sete de setembro, faço votos de que a consciência recaia sobre nossos votos eleitorais e que possamos ajudar nosso país a se desvencilhar dos mandos e desmandos, dos desmazelos e das nada cômicas palhaçadas de nossa história!

Que tenhamos todos; um ótimo, musical e revigorante final de semana!

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2 comentários

  1. Seus textos sempre muito bons, e nos fazem pensar de maneira simples nos problemas do Brasil.

    PARABÉNS, NANDO!!!!!

    E viva a independência, rsrs…

    1. Oi Suh!!!

      É sempre bom tê-la aqui no meu Blog!!!

      Brigadão pela força e um super bjo pra vc e pra Angela!!!

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