O bê-á-bá do Brasil…

Segundo me recordo bem, quando éramos crianças fomos ensinados e motivados a repetir milhares e milhares de vezes a tabuada, os sons produzidos pelas vogais mais as consoantes, quantos estados tinha o país e uma série de outras informações que acabaram sendo fixadas em nossas mentes pela incessante insistência daquelas professoras, que na época pareciam apenas nos encher com coisas que jamais usaríamos, mas que depois acabaram por se tornar em muitas oportunidades o diferencial entre o sucesso e o fracasso.

A dedicação dos mestres daquela época, não tão distante (risos) e de hoje não deve ser tão diferente, mas é evidente que muitas coisas mudaram, sobretudo o fato de que no passado os pais endossavam os professores ao invés dos alunos e também porque jamais seria possível um educador sentir “medo” de qualquer aluno que fosse, dado à importância social que tinha o ofício do professor.

Com a queda salarial da categoria docente, ao crescente número de alunos e ao insuficiente investimento que o estado vem dando para a educação, para a arte e cultura há décadas já chegamos em condições tão precárias que a penúltima grande notícia sobre alguma escola, foi o massacre ocorrido em Realengo no Rio de Janeiro, mas…

Esboçando uma reação frente a estes desmazelos, vem o governo e publica uma cartilha que subverte a língua portuguesa, propõe a produção de uma segunda cartilha que trataria da educação sexual nas escolas (anti-homofóbica) e ainda em relação à “auxiliar” os pais na criação de seus filhos, também colocam em pauta um projeto de Lei que desautoriza os genitores a dar “palmadas” em seus filhos, sendo que este último projeto tem como seu defensor a “Xuxa”, rainha dos baixinhos (risos).

Não dá pra deixar de perguntar aos nossos governantes: – Vocês estão de sacanagem? Por que querem tirar das famílias o direito de educar os seus filhos? Por que tirar a autonomia dos pais? Seria uma ação tipicamente autocrática em busca da perpetuação de um certo grupo no poder ou para desviar a atenção do caso “Palocci”? Enfim, o que passa?

Sou a favor das moderadas palmadas correcionais, mas não da agressão e da violência praticada contra crianças, adolescentes e quaisquer outros!

Sou a favor do respeito à todo tipo de raça, credo, classe social, opção sexual e sou terminantemente “contra” a quaisquer manifestações ofensivas de preconceito, mas também sou irrestritamente a favor da liberdade dos pais em educar os seus filhos conforme suas crenças. Tudo conforme “já” consta em nossa constituição, a qual prevê a liberdade de ir e vir, de expressão, de raça, cor e credo…

As agressões “físicas” ou “verbais” em relação à violência, tal qual as agressões contra crianças e adolescentes já estão enquadradas no código penal, são da competência dos órgãos “policiais” e não da presidência da república!

Por fim, resta a matéria do “burrificação” (é um neologismo) da população brasileira, que pode passar a ser “deseducada” nas escolas se esta infame “cartilha” passar a nortear o processo de ensino de nossa língua. Dá pra acreditar que chegamos a isso? Uma publicação “oficial” que corrobora erros! Meu Deus!

Ainda no tocante a essa cartilha, o propósito do governo seria o de “incluir” os ignorantes, mas na verdade o que foi incluída foi a “ignorância”, mas num país onde se vota em analfabetos para cargos do legislativo e do executivo, isso parece não ser assim tão impossível…

A salvação parecer mesmo estar nas mãos dos professores e, já que o Brasil é um país onde corriqueiramente as Leis “não pegam”, resta pedir aos nossos educadores que “não peguem” essas aberrações e que preservem nossas crianças dessas “atrocidades”!!!

Segue a reprodução de uma publicação de “Marcelo Tas” (apresentador do programa CQC) no Twitter (@marcelotas): “A cartilha do MEC ensina portugues errado para “incluir” os ignorantes. Ué, educação não serve justamente para erradicar a “inguinorança”?”.

Acredito piamente que a inclusão de aulas de “cidadania”, “ética”, o estudo da “legislação” e melhores condições para o professorado seja a solução pra vários desses problemas e não essas abordagens “isoladas” de casos específicos.

Que todos nós possamos ter um final de semana bom e revigorante!

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1 comentário

  1. Fala aí Nando!

    Parabéns pela matéria do Jornal Opinião dia 27/05.

    Você abordou a questão com muita propriedade e lucidez.

    Apoiadíssimo!

    Forte abraço, parabéns pelo Rock!

    Juca.

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